É crescente a violência nas escolas. Alunos se autoagredindo, alunos agredindo professores e funcionários, comunidades depredando as escolas. Na grande imprensa, essas notícias já fazem partedo cotidiano.
A questão é que ora culpam os alunos, ora os professores pela indisciplina e violência nas escolas, colocando uns contra os outros, como se a responsabilidadenão fosse do Estado e dos seus governantes.
Há anos, os governos intencionalmente difamam os docentes, através da grande imprensa, dizendo que são os responsáveis pelas mazelas da escola pública. Seu objetivo, desresponsabilizar-se pelos investimentos e, ao mesmo tempo, colocar a comunidade escolar contra os trabalhadores da educação.
Diante desse bombardeio de contrainformações, as crianças e jovens internalizam essas opiniões difundidas pela grande imprensa e reproduzidas pela sociedade, o que na prática se transforma em indisciplina e desrespeito aos docentes.
Por outro lado, o investimento pífio dos governos em educação pública e as maracutaias com o pouco dinheiro que se tem não possibilitam condições adequadas de trabalho e de saúde para a realização de uma aprendizagemcom qualidade. Os trabalhadores em educação são massacrados com duplas ou triplas jornadas estafantes, salas superlotadas, falta de equipamentos etc...
Quando divulgados, os problemas de indisciplina e violência, objetivam colocar os profissionais da educação contra a comunidade. Também é comum ouvirmos no ambiente escolar o tratamento de alunos como “marginais”, “bandidos”, individualizando a questão e concluindo que “a culpa é da família que não deu a educação de berço”, a que muitas vezes as famílias sequer tiveram acesso, tirando a responsabilidade da sociedade e de seus governantes. O segundo objetivo alcançado: Professores e
funcionários clamando por polícia nas escolas para conter alunos.
Outro dificultador são os Conselhos Tutelares que, por um lado são vistos pelos docentes como instrumento de punição e não como interlocutores socioeducativos e por outro, culpabilizam frequentemente os professores e não os governos pela violência e indisciplina nas escolas. Além disso, são desprovidos de estrutura para atender a demanda para a qual são chamados, tornando-se um instrumento inócuo na sua ação.
Cabe a nós, profissionais da educação, intervir na escola para descortinar essa intencionalidade perversa dos governos de colocar trabalhadores da educação contra trabalhadores da comunidade e vice-versa,
atuando no sentido de aproximar a comunidade da escola.
Cabe ao nosso sindicato:
—Denunciar a violência nas escolas, responsabilizando os governos de plantão, descontruindo a ideia de que professores e comunidade são responsáveis por ela
—Desenvolver campanhas nas escolas para aproximar a comunidade dos trabalhadores da educação, na luta por uma escola pública de qualidade